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17 outubro 2006

Museu do Pão

Estive de férias na Serra da Estrela durante a semana passada e, no dia do regresso, ainda tive tempo de passar no Museu do Pão. Foi uma sorte de Sexta-Feira 13! Calhava naquele dia a inauguração de uma interessante exposição temática de fotografias de Artur Pastor (1922-1999) que vai estar patente nos próximos seis meses. As fotografias estão todas relacionadas, directa ou indirectamente, com o trabalho do pão. No evento estiveram presentes a viúva e os dois filhos com os quais conversei e que me forneceram informações sobre este importante mas pouco divulgado fotógrafo, que eu desconhecia.

Até aos anos 50, a sua actividade é essencialmente artística e jornalística, tendo realizado então diversas exposições. Uma boa parte da sua actividade como fotógrafo, porém, foi exercida no âmbito das suas funções públicas, como Engenheiro Técnico Agrário no Ministério da Agricultura. Ao longo de três décadas, foi responsável pela obtenção e organização das mais de 10 000 fotos que compõem a Fototeca da Direcção Geral dos Serviços Agrícolas e colaborou com outros organismos ligados à agricultura como as Juntas Nacionais do Azeite, do Vinho, das Frutas e a Federação Nacional dos Produtores de Trigo.
Como é costume entre funcionários públicos, o seu trabalho acabaria por ser mais recatado e menos (re)conhecido do que o de outros fotógrafos que trabalharam principalmente para jornais. Não obstante, foi-lhe atribuído o grau de Oficial da Ordem de Mérito Agrícola e Industrial (Classe do Mérito Agrícola) e foi regularmente premiado em importantes exposições de fotografia.

O espólio fotográfico (1942-1998) de Artur Pastor foi adquirido em 2001 pelo Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa. Este espólio contém largos milhares de fotografias que retratam, de forma exaustiva, um Portugal que já não existe. Fazem ainda parte deste espólio maquetas de livros sobre Portugal e sobre algumas regiões e cidades portuguesas, com fotografias e textos da sua autoria.

A entrada sobre Artur Pastor na Wikipédia foi escrita pelo seu filho, Luís Pastor, e merece ser lida. Algumas das suas extraordinárias fotografias (ainda em posse da família) estão a ser divulgadas no Abrupto.

Quanto ao Museu do Pão, merece, definitivamente, uma visita. Quem tiver crianças, leve-as. Elas vão adorar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Super interessante!!!!!!

Adorei esta novidade ( para mim ).


Luisa