Aviso: na biblioteca de Jacinto não se aplicará o novo Acordo Ortográfico.

17 novembro 2014

Políticos

Por vezes questiono-me «Mas será possível que não exista um único político honesto, impoluto, que não esteja metido em esquemas ou negócios inconfessáveis, que não tenha ligações a bancos, a grandes empresas, a sociedades secretas, que esteja na política pelo serviço ao País? Mas será possível que não haja um único, um só, para amostra, para me devolver alguma esperança na classe política?!?».
E depois continuo na minha reflexão: «Ora bolas, não é possível! Tem de haver. Se eu estivesse na política não me metia nessas coisas, seria honesta, não me meteria em negócios, mesmo que tivesse oportunidade... e conheço tanta gente honesta, ora essa, a maioria das pessoas que eu conheço é honesta...».
E finalmente, caio na realidade: «Pois... mas eu não conheço ninguém na política...».

14 novembro 2014

à espera que saia

Nos anos 70 havia uma "revista semanal dos programas da TV" chamada Tele-Semana. Lembro-me bem de quando apareceu, em 1973. Num anúncio na TV, um homem sentado num banco (acho que na rua) era interpelado por outro que chegava:
- O que é que estás aqui a fazer?
- Estou à espera.
- À espera de quê?
- À espera que saia.

E o anúncio ficou assim durante dias, causando grande surpresa aos espectadores pouco habituados a métodos inovadores de publicidade.
Do que estaria o homem à espera? Durante muito tempo a expressão «à espera que saia» permaneceu na linguagem corrente, como aconteceu com frases como «Palavras para quê? É um artista português!», «Foi você que pediu...» ou, mais recentemente, «Estou que nem posso» e «Jovem: Leite! Onde está o leite?».

Ao fim de uns dias, o diálogo concluía-se:
- À espera que saia a... Tele-Semana!!!

E pronto. Estava lançada a primeira revista de televisão em Portugal.

Quem terá hoje, ainda, algum tipo de evocação perante a pergunta «Estás à espera de quê?». Quem ainda se lembrará de responder «À espera que saia»?

Lembrei-me agora deste anúncio mas não para responder «À espera que saia».
A minha resposta actualmente é mais: «À espera que grave»...